quarta-feira, 13 de abril de 2011

Virada Cutural também terá rap, soul, funk e literatura marginal

A "maratona cultural" dos dias 16 e 17 de abril, em São Paulo, terá batalha de MCs, show de rap + repente, palco de rap/soul/funk/samba, saraus de literatura marginal e shows de rap em unidades do Sesc. Foi divulgada nesta semana a programação oficial da sétima edição da Virada Cultural paulistana, que será realizada nos dias 16 e 17 de abril (sábado e domingo, respectivamente). Entre as mais de mil atividades gratuitas espalhadas pela cidade, haverá algumas opções relacionadas ao hip-hop, como batalha de MCs, shows e saraus literários. Confira algumas atrações selecionadas pelo Central Hip-Hop/BF: • Rap de Repente + Eliminatória paulista da Batalha do Conhecimento (BdC): MC Marechal comanda uma batalha de oito MCs, disputando duas vagas no time paulista que participará, em julho, da segunda edição da BdC - Desafio SP x RJ. O desafio terá instrumentais de Sala 70 e DJ Roger (Potencial 3) no comando ds toca-discos. Na segunda parte, Rapadura, Zé Brown e Nelson Triunfo fecham o evento com uma apresentação que transita pelo rap e pelo repente. (17/4, às 16h, no Sesc Pinheiros) • Palco dedicado a rap, soul, funk e samba: Terá como atrações Festa 011 (KL Jay, Edi Rock e Don Pixote), Taylor McFerrin e BNegão, Fred Wesley and The New JB´s, Tony Tornado e Dom Salvador + Abolição, Dumpstaphunk, Di Melo, Instrumental Explosion - Incendiary Funk and R&B Instrumentals 1966-1973, Monarco, Riachão, Paulo Miklos e Quinteto em Branco e Preto: Noel, Leandro Lehart, Mart´Nália, Paulinho da Viola e Orquestra de Cordas de Curitiba. (Das 18h de 16/4 às 18h de 17/4, na Praça da República) • Palco dedicado à cultura de periferia: Abre com shows de Versão Popular e Nhocuné Soul e emenda sete saraus de literatura periférica: Sarau da Cooperifa, do Binho, da Brasa, Griots, Elo da Corrente, Pavio da Cultura e Suburbano Convicto. O encerramento é da banda Preto Soul. (Das 18h de 16/4 às 18h de 17/4, na Palco Santa Ifigênia) • Banda Black Rio: A banda se apresenta com Max B.O., Carlos Dafé e Renato Piau. Em seguida, às 3h, show de Funk Como Le Gusta e Thaide. (16/4, a partir da meia-noite, no Sesc Belenzinho) • Gerson King Combo: Apresentação ao vivo com um dos principais representantes do funk brasileiro da dácada de 1970. (16/4, às 23h30, no Sesc Santana) Outras atividades: Diversas espaços públicos da cidade, Centros de Educação Unificados (CEU), unidades do Sesc e outros pontos terão mais centenas de opções envolvendo música, teatro, dança, artes plásticas, cinema, exposições e outras manifestações culturais (confira a programação completa da Virada Cultural). Alguns locais terão programação temática: Palco Barão de Limeira (ritmos nortistas), Palco São João (Música eletrônica com ritmos latinos, ska e dub), Palco Júlio Prestes (rock, blues, heavy metal, psychobilly e pop rock), Palco Arouche (de brega a rock saudosista), Palco XV de Novembro (diversos - veteranos e novatos), Bulevar São João (Beatles 4ever), Palco Líbero Badaró (instrumentistas, de jazz a candomblé), Palco Estação da Luz (corpos de baile e orquestras) e Coreto - Parque da Luz (big bands e piano), entre vários outros núcleos de intervenções artísticas diversas.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

De símbolo local para herói nacional

Tattoo de Fabio Castilho, e a frase "Flipo, logo existo..."(Foto: Chopa) A zona leste paulistana é como se fosse uma cidade à parte, seja pelo grande número de habitantes ou pela grande área territórial. Na segunda metade dos anos 90 grandes campeonatos e circuitos eram raros: reinavam os famosos campeonatinhos realizados em quadras poliesportivas e até mesmo no meio da rua. Sempre com um palquinho, mesa de pic nic, rampa reta e travinha. A maioria destes campeonatos era na zona leste. Participei de eventos deste porte no Itaim Paulista, Itaquera, Cidade Tiradentes, Guaianazes, dentre outros. Na mesma época foram aparecendo grandes talentos nesta região de São Paulo, como Augusto Fumaça, Scrug, Jaílson Siqueira, Eduardo Ninja, Marcelo Alves, Marcelo Akasawa e Fabio Castilho. Mas, os skatistas que sempre estavam nas cabeças das disputas eram Akasawa e Castilho, que além de andar bem em todos estes obstáculos, tinham uma habilidade acima da média para andar nas mesas de pic nic. Muitas dificuldades bateram em todos estes skatistas, mas Fabio Castilho foi o skatista que melhor driblou todos os problemas enfrentados pela grande maioria, que busca o sucesso dentro do universo do skate. Castilho conseguiu manter o foco no skate. Após muita luta, conquistou grandes parcerias de marcas conceituadas no mercado, viajou por diversas regiões do País e do mundo, conseguiu ter o nome estampado em diversos produtos, como rodas, trucks, shapes e roupas. Produziu entrevistas nas principais mídias do País, protagonizou partes em vídeos marcantes, além de se destacar nas principais competições dentro e fora do Brasil. Um verdadeiro herói do skate nacional, nascido na zona lesta paulista. Mesmo após alcançar todas as conquistas sonhadas por um skatista, Castilho nunca esqueceu suas raízes. Nunca deixou de andar nos mesmos locais que aprendeu a andar de skate, cultivou as mesmas amizades que sempre teve, além de sempre estar aberto para conhecer novas pessoas. Sua casa é um porto seguro, para muitos skatistas batalhadores que vem de outras regiões do País, para andar em São Paulo. Procura ajudar os mais jovens, aconselhando e passando um pouco das experiências que teve (e olha que já passou por várias). Esta presente em todos os eventos realizados na zona leste. Por este e dezenas de outros motivos que Castilho é uma unanimidade, principalmente na ZL. Um verdadeiro herói do skate nacional. Para finalizar, uso uma frase que o Castilho usa muito e resume bem a sua relação com o skate: “Flipo, logo existo...”. É nóiz firma! Fs oliie (Foto: Chopa)

Um verdadeiro herói do skate nacional. Para finalizar, uso uma frase que o Castilho usa muito e resume bem a sua relação com o skate: "Flipo, logo existo" ... É Nois Firma !!!


Texto por Marcos Hiroshi: Cemporcento Skate

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Black na Cena Music Festival - Public Enemy, George Clinton e muito mais


Primeira edição do Black na Cena Music Festival acontece em julho, na Arena Anhembi, em São Paulo; Racionais MC's, O Baile do Simonal, Redman, Sandra de Sá, Marcelo Yuka, Thaíde e Xis estão entre as atrações.


Novo festival para a lista musical de 2011: Black na Cena. O evento, que acontecerá entre os dias 22 e 24 de julho, será realizado na Arena Anhembi, em São Paulo. As informações foram divulgadas em uma entrevista coletiva de imprensa ocorrida nesta terça, 5. Já estão confirmados George Clinton (líder dos lendários coletivos Parliament e Funkadelic; George Clinton, aliás, completará 70 anos no palco paulistano), Public Enemy, Redman, Racionais MC's, O Baile do Simonal (show realizado por Max de Castro e Wilson Simoninha, filhos do homenageado Wilson Simonal), Sandra de Sá, Marcelo Yuka, Thaíde e Xis.


Mais quatro atrações internacionais e seis nacionais serão confirmadas nas próximas semanas, segundo informou a organização do festival. Na sexta, 22 de julho, tocam George Clinton, Sandra de Sá e O Baile do Simonal (o evento neste dia vai das 20h até às 4h), no sábado, 23, se apresentam Public Enemy, Marcelo Yuka e Xis (das 14h às 4h) e no domingo, 24, estão marcados os shows de Redman, Racionais MC's e Thaíde (das 14h às 22h). Dentro desta programação serão encaixados os novos nomes anunciados.


O evento, com expectativa de reunir 60 mil pessoas nos três dias, contará ainda com performances ao vivo de b-boys e grafiteiros.


A primeira cota de ingressos começará a ser vendida nesta quarta, 6, pelo valor de R$ 100 (com direito a meia entrada) - a compra pode ser feita pela internet ou nos pontos de venda informados abaixo.


Black na Cena Music Festival De 22 a 24 de julho Arena Anhembi (Av. Olavo Fontoura, nº 1.209, Santana) Ingressos: R$ 100 (com direito a meia entrada) Compra pela internet: www.zetks.com Pontos de venda: instalados no cursinho da Poli, nos bairros da Lapa (Av. Ermano Marchetti, 576), Itaquera (Rua Sabbado D'Angelo, 2078) e Santo Amaro (Rua Desembargador Bandeira de Mello, 468).

terça-feira, 5 de abril de 2011

Vida Sobre Rodas

Mais do que um filme sobre skate ou skatistas, “Vida Sobre Rodas” conta histórias de superação, coragem, amizade e determinação de jovens que acreditaram em um sonho e realizaram o impossível.



PAZ A TODOS

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Seminário sobre racismo emociona participantes


Teve início hoje pela manhã o seminário Racismo, Igualdade e Políticas Públicas, realizado em parceria entre a Universidade de Brasília (UnB) e o Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC). O anfiteatro 12 estava lotado e as discussões reverberavam entre os muitos estudantes cotistas, especialistas e militantes que se encontravam na plateia. A conferência inaugural discutiu “Desafios para o combate ao racismo e construção de políticas promotoras da igualdade”. A palestrante, Sueli Carneiro, do Instituto da Mulher Negra Geledés, usou a polêmica em torno da obra “As caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, como base para elencar os inúmeros desafios no combate ao racismo. Carneiro listou casos recentes e públicos de racismo, como o fato de um deputado ter chamado o ministro do Superior Tribunal Federal de “moreno escuro” e as lamentáveis declarações de Bolsonaro. Entretanto, mesmo com tantas ocorrências negativas, a representante do Geledés afirmou que é possível reconhecer uma mentalidade mais reacionária a esses acontecimentos.


MÍDIA – Para Carneiro, a mídia é o palco para as maiores manifestações racistas que vemos, pois trata-se de um posicionamento velado. “A mídia trabalha com um suposto antirracismo que se afirma pela negação do racismo existente, mobilizando opiniões de especialistas e formadores de opinião que desqualificam as políticas públicas de promoção da igualdade racial”, disse. Segundo ela, o combate às cotas é o modelo básico desse raciocínio, que expõe as políticas públicas inclusivas a fim de desqualificá-las. “O reconhecimento conquistado pela militância negra tem sido rebaixado pelos conceitos dos formadores de opinião e da mídia. Eles querem desqualificar, carnavalizar a militância, tirar o tema da arena política”, declara Carneiro.


COTAS – A militante afirma que as cotas são tão questionadas porque colocam em risco a monopolização do acesso ao ensino superior por parte dos brancos. Quando perguntada se o sistema de cotas não deveria incluir, também, a pós-graduação, Carneiro afirmou que o ideal seria que o sistema atingisse todos os níveis educacionais, a fim de não acontecer mais o “epistemicídio” – termo cunhado por ela própria a respeito da exclusão de negros dos espaços acadêmicos. “Precisamos de um número maior de professores negros. É um desafio e é nosso objetivo chegar a uma universidade múltipla em todas as suas esferas”, disse. Para Natália Maria Alves, integrante do “Nosso Coletivo Negro”, movimento em defesa do sistema de cotas da UnB, essa discussão é necessária e não deve parar. Ao ser questionada sobre a necessidade das cotas, tem a resposta pronta: “Infelizmente essa é a única maneira de termos acesso a alguns lugares sociais. As portas estão fechadas para nós e se não formos incluídos pelas cotas só nos resta a marginalidade, que é genocida e leva à morte de milhões de jovens negros. Cotas é questão de acesso e não acesso, de vida e morte”, explica. Alves continua, afirmando que “toda pessoa negra sabe que poucas coisas interferem tanto na nossa trajetória quanto o fenótipo, o cabelo, a cultura, a religião de matriz africana… cotas não é um tema secundário, é tema vital! Inteligência de sobrevivência nós já temos, fazer trabalhos acadêmicos, para nós, é fichinha.”


CRESCIMENTO – Sueli Carneiro argumenta que o crescimento econômico pelo qual o País passou nos últimos anos não foi acompanhado de uma equidade real porque aumentou a concentração de renda por parte dos mais abastados. Para ela, negros e indígenas são os que mais sofrem com essa desigualdade e questiona: “É possível pensar o crescimento econômico sem a equidade racial? É possível crescer sem considerar 50% da população? Isso é o que tem sido feito e claramente não está dando certo.” Carneiro acrescenta que é preciso haver uma mobilização maior do movimento negro contra essa maneira atual de política, “desafiando os dispositivos existentes”. A palestrante defendeu também que é preciso unir forças e fechar sólidas parcerias. “Devemos criar um espaço de reflexão, unir corajosamente as forças antirracistas, reposicionar as estratégias de luta e convocar a sociedade civil. O futuro desta luta depende do confronto que faremos a essa ideologia racista”, declarou. Trazendo dados revelados por pesquisas e estudos anteriores, Carneiro afirma: “Grande parte da violência cometida contra os direitos humanos no Brasil estão vinculadas à questão racial.” Discutindo a política nacional constata que não há um lado que realmente defenda a agenda negra: “Entre a esquerda e a direita, eu continuo negra. Se tem um ponto em que eles se encontram é a questão racial”.


SEMINÁRIO – Coordenada por Átila Roque, do colegiado de gestão do Inesc, a mesa emocionou o público, que contribuiu com muitos comentários, sugestões e perguntas e aplaudiu de pé as palavras de motivação de Sueli Carneiro ao fechar o seminário: “Em alguns casos, não temos estratégias de reação e acredito que esse seminário é uma forma de a gente começar isso. Ao final deste seminário, estaremos revigorados para as próximas batalhas que virão.”

Seminário Igualdade, Racismo e Políticas Públicas, realizado nos dias 30 e 31 de março de 2011. Por Joceline Gomes Fonte: www.palmares.gov.br
(Um assunto mais atual do que nunca !! Fora Bolsonaro ...)